PAULA SANTORO
7º álbum da cantora Paula Santoro – Sumaúma
Em ‘Sumaúma’, Paula Santoro dá voz tanto a canções leves e solares como também a outras densas e profundas. O álbum tem participação de compositores como Arthur Verocai, João Bosco e João Donato e recria, de forma contemporânea, a sonoridade dos anos 70.
Este sétimo álbum solo da cantora mineira traz logo assim de cara dois talentos seus além da afinação perfeita e do jeito muito pessoal de interpretar canções brasileiras: escolher repertório e, a partir dele, criar um conceito musical. E, a partir daí, uma direção musical, que ela divide com seu antigo parceiro, o pianista Rafael Vernet. Logo no início do processo, Paula percebeu que suas escolhas de repertório para o álbum estavam um pouco diferentes das anteriores. Tudo estava mais leve, mais rítmico, com mais ênfase no groove. Musicalmente, o álbum é predominantemente rítmico e ao mesmo tempo, primoroso do ponto de vista melódico, harmônico e poético; a cara de Paula Santoro, dos músicos e de alguns dos compositores que participaram da gravação, como Verocai, João Donato e João Bosco. “Yê Melê” e “Na boca do sol”, principalmente, são inspiradas na sonoridade da virada dos anos 60 para os 70, com o piano elétrico Fender Rhodes, vozes dobradas e a participação dos músicos que atuavam naquela época, como o próprio Arthur Verocai (violão e arranjos de orquestra), seu ídolo Toninho Horta (guitarra), e o baterista Ivan Conti “Mamão, do lendário grupo Azymuth, a quintessência do som setentista no Brasil.
Duas composições do álbum são de autoria de Paula. As demais, embora não inéditas, tem muito frescor e soam como novas. A versão de “Yê Melê”, mais leve e aberta, inclui um canto tradicional para Yemanjá, colhido d0 grupo de candomblé Àṣẹ Ẹ̀gbá, de Brasília. “Na boca do sol”, composição icônica de Verocai, vem carregada do afeto e convivência entre os dois. “Sassaô” – letra e música de João Bosco – é uma ode à origem batuqueira e sensual da música brasileira, e uma homenagem à pioneira Chiquinha Gonzaga do corta-jaca (“Me dano porque corto a jaca na banda”). A gravação da comovente “E daí?” foi feita em primeiro take com o pianista Rafael Vernet.
“Sumaúma” para Paula Santoro é mais do que uma árvore e um álbum musical, como ela diz no poema que escreveu para conceituar o disco: “Sumaúma é minha visão poético-imagético-musical sobre a nossa existência. Eu visto a natureza para me saber parte dela. Eu sou árvore. Eu sou Sumaúma”.
Hugo Sukman, agosto de 2022
Discos:
Nelson Faria convida Paula Santoro – Um café lá em casa
- Ouça: Não é Céu (Vitor Ramil)
Tudo Será como Antes – Paula Santoro e Duo Taufic — 2018
Metal na Madeira – Ian Faquini e Paula Santoro – 2016
Mar do Meu Mundo – 2012
Paula Santoro – 2005
Ouça: Léo (Chico Buarque e Milton Nascimento)
- Ouça: Sabiá (Chico Buarque)
Sabiá – 2003 (Cd Corporativo)
Santo – 1995
Participações em gravações:
- 2018: Tudo será como antes (lançado recentemente no Japão pela Inpartmaint Inc. E no Brasil de forma independente)
- 2016: Metal na Madeira (Ridgeway Records- duo com Ian Faquini/músicos convidados)
- 2012- Mario Adnet – um olhar sobre Villa-Lobos
- 2012- Mar do meu mundo
- 2012- Jazz Mineiro Orquestra de Nivaldo Ornelas
- 2011- Far from the sea do projeto Midnight Mountain com Robertinho Brant
- 2008- Minas em meu Coração de Nelson Angelo
- 2008- Cine Samba de João Nabuco
- 2007- Casa de Villa de Guinga
- 2006- Paula Santoro (Biscoito Fino-solo)
- 2003- Sabiá (independente-solo)
- 2000- Aquarela do Brasil (trilha da minissérie global)
- 1998- Arredores de Nivaldo Ornelas
- 1997- Prato Feito da Ação da Cidadania Contra a Fome
- 1996- Santo (Paradoxx-solo)
- 1994- Elas Cantam Caetano
- 1994- 25 Anos de Travessia em homenagem a Fernando Brant
- 1991- Farol da Liberdade integrando o Sagrado Coração da Terra
- 1991- A história de Ana Raio e Zé Trovão (trilha da novela)
- 1991- Hum integrando o grupo vocal Nós e Voz